O nutricionista Pedro Balieiro explica com mais detalhes. “É um elemento essencial ao nosso organismo e sua principal fonte é encontrada na pele. A vitamina D também está ligada à expressão de mais de 500 genes que auxiliam nossa resposta inflamatória e antioxidante”, conta. Ou seja, ela retarda os efeitos do envelhecimento e ajuda nosso corpo a se recuperar de doenças mais rapidamente.
A classificação mais usada para definir a vitamina do sol é “pré-hormônio”, e quase tudo o que precisamos dela é produzido pelo corpo, que por si só, produz cerca de 90% da vitamina D necessária.. O resto pode ser complementado com uma alimentação balanceada, que deve incluir peixes oleosos – como salmão, atum e sardinha –, alguns tipos de cogumelos e gema de ovo.
Outros benefícios da vitamina D e importância para grávidas
Além do fortalecimento dos ossos e da resposta cicatrizante, a vitamina D também pode reduzir os níveis de depressão. Claro que uma doença delicada e complexa como essa tem diversas razões para se manifestar, mas um estudo recente atesta que a ausência de níveis aceitáveis de vitamina D no organismo pode aumentar em até 75% as chances de uma pessoa desenvolver depressão.
A vitamina D também é importante para as mulheres que estão esperando bebês. “Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a suplementação correta evita o aparecimento de diabetes gestacional e pré-eclâmpsia, além de auxiliar na densidade óssea do bebê. Para lactantes, a suplementação é obrigatória no primeiro ano de vida, auxiliando na formação óssea e na prevenção de doenças cardiovasculares”, completa o nutricionista Pedro Balieiro.
Deficiência e suplementação: é o ideal?
O que pode ocasionar o déficit de vitamina D em nosso organismo? O especialista acredita que a mudança de hábitos pode ter contribuído para um aumento de casos de deficiência de vitamina D. “A deficiência de Vitamina D para a grande maioria da população hoje se dá principalmente pela menor exposição solar da nossa sociedade. Muito se discutiu sobre os possíveis prejuízos da exposição excessiva à raios ultravioletas (mais especificamente os UVB), no entanto, acabamos por incorporar um prejuízo dessa falta de exposição, que é justamente uma deficiência na síntese da vitamina D, sintetizada a partir dos raios UVB”, alerta Pedro Balieiro.
Para tentar resolver essa lacuna, alguns especialistas chegam a prescrever suplementação via oral de vitamina D – mas também recomendam a exposição diária aos raios solares, pois o Sol ajudaria o próprio corpo a produzir a substância. Em quais casos é necessário tomar essa suplementação? O nutricionista Pedro Balieiro lembra que, de acordo com um artigo publicado na revista britânica Nature, foi apontado que basta a exposição aos raios ultravioletas do Sol em aproximadamente 25% do corpo por 30 minutos, três vezes por semana, para que haja produção adequada de vitamina D no corpo. Portanto, o problema é uma questão cultural.
“Nossa população hoje tem cada vez menos costume em se expor às luzes solares. É aí que a suplementação oral vem à tona, sendo um método fácil, não invasivo e com um bom custo benefício para se manter níveis adequados de vitamina D, não precisando contar com a exposição ao sol. As doses variam dependendo do grupo (adultos, idosos, gestantes, etc)”, explica o especialista.
Contudo, o profissional alerta para os riscos que uma administração indevida de suplementação pode acarretar. “Se por um lado a falta dessa vitamina traz sérias consequências, o excesso também pode apresentar problemas graves. Um deles é a hipercalcemia, ou seja, níveis de cálcio muito elevados. A curto prazo podem causar constipação e náuseas, mas depois podem vir pedras nos rins e até a perda da função renal”, destaca o nutricionista, enfatizando a gravidade do problema.
Alimente-se melhor!
Ok, se expor ao Sol regularmente pode resolver na maioria dos casos, mas também há formas de obter a famosa vitamina do sol através da comida! Os alimentos ricos em vitamina D são normalmente de origem animal, como salmão, atum, sardinha, gema de ovo, fígado e bacalhau.
No entanto, a solução não é comer esses alimentos em grandes quantidades. “É muito difícil, para não falar impossível, suprir a quantidade diária necessária apenas via alimentação. Alguns estudos mostram um consumo de vitamina D de, no máximo, 20% através da comida. Portanto, mantenha seus exames em dia, tenha uma alimentação balanceada e faça a suplementação, se necessário, com seu médico e/ou nutricionista”, aconselha Pedro Balieiro.
Identifique os sintomas
Grupos com as características abaixo são mais propensos a ter deficiência de vitamina do sol:
- níveis altos de melatonina (pele escura);
- idade avançada;
- sobrepeso ou obesidade;
- dieta pobre em peixe e laticínios;
- morar em áreas do globo onde a incidência de raios solares é reduzida;
- pessoas que ficam longos períodos dentro de casa, sem exposição à luz natural;
- pessoas com doença renal crônica, doença hepática ou hiperparatireoidismo.
Em relação aos sintomas, eles são bem sutis, de difícil distinção. Portanto, ao menor sinal, vá a um médico e peça para fazer exames que possam atestar os níveis de vitamina D em seu organismo.
A seguir, oito sinais e sintomas de deficiência de vitamina D.
1. Ficar doente ou contrair infecções com frequência
Uma das funções mais importantes da vitamina D é manter seu sistema imunológico forte para que você seja capaz de combater vírus e bactérias que causam doenças. Se você fica doente com frequência, especialmente com resfriados ou gripes, os baixos níveis de vitamina D podem ser um fator contribuinte.
2. Fadiga e cansaço
A sensação de cansaço pode ter muitas causas, sendo a deficiência de vitamina D uma delas. Infelizmente, muitas vezes isso é esquecido como uma causa potencial.
3. Dor nos ossos e nas costas
A vitamina D ajuda a manter a saúde óssea de várias maneiras. Por um lado, melhora a absorção de cálcio pelo corpo. Dor óssea e dor lombar podem ser sinais de níveis inadequados de vitamina D no sangue.
4. Depressão
Um humor deprimido também pode ser um sinal de deficiência de vitamina D. Obviamente, não é o único motivo, mas pode contribuir para o agravamento de um quadro depressivo.
5. Dificuldades de cicatrizar feridas
A cicatrização lenta de feridas após a cirurgia ou lesão pode ser um sinal de que seus níveis de vitamina do sol estão muito baixos.
6. Perda óssea
A vitamina D desempenha um papel crucial na absorção do cálcio e no metabolismo ósseo. Muitos idosos com diagnóstico de perda óssea acreditam que precisam de mais cálcio; no entanto, eles também podem ser deficientes em vitamina D.
A baixa densidade mineral óssea é uma indicação de que os ossos perderam cálcio e outros minerais. Isso coloca os adultos mais velhos, especialmente as mulheres, em um risco maior de fraturas.
7. Queda de cabelo
A perda de cabelo é frequentemente atribuída ao estresse, o que certamente é uma causa comum. No entanto, quando a queda de cabelo é severa, pode ser o resultado de uma doença ou deficiência de nutrientes. A alopécia areata é uma doença autoimune caracterizada por severa queda de cabelos, na cabeça e em outras partes do corpo.
8. Dor muscular
As causas da dor muscular costumam ser difíceis de identificar. Existem algumas evidências de que a deficiência de vitamina D pode ser uma causa potencial de dor muscular em crianças e adultos. O receptor da vitamina D está presente nas células nervosas chamadas nociceptores, que sentem a dor. A vitamina D pode estar envolvida nas vias de sinalização da dor do corpo, o que pode desempenhar um papel na dor crônica.
Perguntas frequentes
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Qual é a principal fonte da vitamina D?
O Sol. Por isso ela também é chamada de vitamina do sol. O corpo humano tem a capacidade de produzir por si só quase 90% da vitamina D de que necessita. Basta estar exposto diariamente aos raios ultravioletas (UVB) que o corpo irá sintetizar a vitamina, que também é conhecida por ser um “pré-hormônio”, responsável por funções importantes do corpo.
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Qual é a importância da vitamina D para nosso corpo?
A vitamina D tem várias funções importantes. Talvez os mais vitais sejam regular a absorção de cálcio e fósforo, e facilitar o funcionamento normal do sistema imunológico. Obter uma quantidade suficiente de vitamina D é importante para o crescimento e desenvolvimento normais dos ossos e dentes. Níveis abaixo do ideal podem ocasionar problemas com os ossos, causando até complicações como osteoporose.
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É possível obter vitamina D a partir de alimentos?
Sim! Os alimentos mais ricos em vitamina D são normalmente de origem animal, como salmão, atum, sardinha, gema de ovo, fígado e bacalhau. No entanto, a solução não é comer esses alimentos em grandes quantidades, já que a reposição diária através da comida da vitamina D dificilmente ultrapassa os 20%.
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A suplementação de vitamina D é recomendada?
Não indiscriminadamente. Há casos e casos: geralmente, mulheres grávidas e em período de amamentação devem tomar, mas é preciso de acompanhamento médico para saber a real necessidade. Na grande maioria dos casos, exposição diária ao Sol e dieta balanceada resolvem a questão.
Referências https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/imprensa/noticias/Paginas/Vitamina-D-falta-aumenta-em-75-o-risco-de-depressao-indica-estudo.aspx https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1365-2796.2008.02008.x https://www.healthline.com/health/food-nutrition/benefits-vitamin-d https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6788094/
https://www.sbd-sp.org.br/geral/viver-de-sombra-exposicao-proposital-ao-sol-por-vitamina-d-divide-medicos/
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