Pesquisas esmiúçam as comunidades microbianas que habitam nosso organismo
Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde, dos Estados Unidos, o NIH Human Microbiome Project[1], ou o Projeto do Microbioma Humano é considerado um marco na pesquisa sobre micro-organismos que povoam nosso corpo. “Foi criado para a compreensão das comunidades microbianas nos diferentes ambientes da anatomia humana e a sua relação com a saúde”, comenta a nutricionista Renata Juliana da Silva, doutora em ciências morfofuncionais, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo (ICB/USP) e coordenadora do curso técnico em Nutrição e Dietética Integrado ao Ensino Médio - ETEC Uirapuru.
O trabalho, que surgiu em 2007 e levou cerca de uma década, trouxe dados valiosos, entre os quais a identificação e a análise genômica de milhares e milhares de bactérias, fungos, leveduras e afins.
Na última década, pipocaram artigos na área, entretanto, os cientistas não cansam de enfatizar que há muito a ser elucidado, até porque ainda existem confusões até mesmo em relação às nomenclaturas.
“O termo microbiota refere-se especificamente à comunidade de micro-organismos que habitam um local específico do corpo humano; enquanto o microbioma é definido pela totalidade dos micro-organismos, suas informações genéticas e as atividades que exercem no meio em que interagem”, explica a nutricionista Camila Guazzelli Marques, doutoranda pelo Departamento de Psicobiologia, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e que trabalha com microbiota intestinal, intervenções dietéticas e obesidade. “Já a metagenômica é uma recente e complexa tecnologia das ciências ômicas, que permite o estudo dos metagenomas, ou seja, os genomas de uma determinada comunidade de micro-organismos”, completa. Camila conta que esse ramo científico colabora para diagnósticos e tratamentos de infecções, por exemplo. Sem dúvida é o que há de ponta.
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Referências:
- NIH Human Microbiome Project. Disponível em: [https://hmpdacc.org/]