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Microbiota: impactos na saúde

Microbiota: impactos na saúde

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Além da relação com obesidade, estudos reforçam o elo da microbiota intestinal com o cérebro, entre outros.

Como a ciência avança a passos largos, cada vez mais a atuação da microbiota obtêm relevância. “Entre as funções metabólicas/nutricionais destacam-se a produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) e a síntese das vitaminas B12 e K”, elenca a nutricionista Renata Juliana, doutora em ciências morfofuncionais, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo (ICB/USP) e coordenadora do curso técnico em Nutrição e Dietética Integrado ao Ensino Médio - ETEC Uirapuru. Na lista ainda aparece o papel imunomodulador, com a ativação do sistema imune, entre outros.

A professora explica que a disbiose tem sido associada a várias manifestações clínicas.[1] “Mas ainda não está claro se os padrões disbióticos são a causa ou a consequência das doenças”, pondera. A lista de distúrbios, até agora, é extensa. Incluem, além da obesidade, o diabetes tipo 2, as alergias, o lúpus, a artrite reumatoide, a psoríase, as doenças renais, hepáticas, gastrointestinais crônicas e mais.

Juliana Kato, nutricionista e doutoranda do Setor de Lípides, Aterosclerose e Biologia Vascular, da disciplina de Cardiologia da Unifesp, conta que existem evidências sobre o elo da microbiota intestinal com o desenvolvimento da doença arterial coronariana. “Nosso grupo tem analisado essa relação por técnica de metagenômica”, revela a pesquisadora.

Também merece menção o eixo microbiota-intestino-cérebro. “Apesar de os mecanismos que envolvem essa comunicação serem complexos e ainda não estarem totalmente elucidados, sabe-se que envolvem os sistemas nervoso, endócrino, imunológico, metabólico e a barreira da mucosa intestinal e hematoencefálica”, diz Renata Juliana.

A professora afirma que existem indícios de que a disbiose pode desencadear danos nesse sentido.[2] “Citocinas inflamatórias geradas pelas bactérias intestinais podem viajar para o cérebro através da circulação sistêmica”, exemplifica.

Não custa reforçar, mais uma vez, que prebióticos e probióticos são grandes aliados no combate à disbiose, promovendo o equilíbrio entre as bactérias benéficas e as patogênicas.[3]

O cardápio deve ser recheado de frutas, hortaliças e grãos fornecedores de fibras, com espaço para alimentos que sejam fonte de bactérias benéficas, caso da dupla Bifidobacterium e Lactobacillus.

O profissional que atua em consultórios precisa buscar o que há de mais novo, entre evidências respaldadas, para dispor das melhores ferramentas no dia a dia. Seu paciente agradece.

Leia também: A ciência de olho na microbiota e Microbiota: o intestino no centro das atenções

Referências:

  1. Selber-Hnatiw S. et al. Metabolic networks of the human gut microbiota. Microbiology. 2019. Disponível em: [https://www.microbiologyresearch.org/content/journal/micro/10.1099/mic.0.000853#tab2]
  2. Zhu S, Jiang Y, Xu K, Cui M, Ye W, Zhao G, Jin L, Chen X. The progress of gut microbiome research related to brain disorders. Journal of Neuroinflammation. 2020. Disponível em: [https://jneuroinflammation.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12974-020-1705-z]
  3. Tang C, Lu Z. Health promoting activities of probiotics. Journal of Food Biochemistry. 2019. Disponível em: [https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/jfbc.12944]

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