Se você busca como fazer escolhas alimentares mais equilibradas, precisa conhecer para que serve a pirâmide alimentar. Segundo pesquisa feita pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), cerca de 80% dos brasileiros buscam por uma alimentação saudável - a pesquisa revela ainda que cerca de 71% preferem alimentos mais saudáveis.
Se você faz parte desse grupo de pessoas, a pirâmide alimentar será uma aliada importante, pois ao seguir as orientações presentes nela, é possível garantir o bem-estar nutricional em relação aos tipos e quantidades recomendadas de cada alimento.
A principal função da pirâmide é orientar a alimentação, e não oferecer uma dieta a ser seguida. Continue a leitura e saiba mais!
Conheça a pirâmide alimentar brasileira
O primeiro modelo da pirâmide alimentar surgiu nos Estados Unidos, em 1991. A partir disso, outras surgiram ao redor do mundo, adaptando-se para a realidade de cada população, com todos os alimentos, nutrientes, vitaminas, carboidratos e proteínas necessários para garantir o bom funcionamento do corpo.
Em 2014, o Ministério da Saúde lançou o Guia Alimentar para a população brasileira, que usa a pirâmide como um elemento ilustrativo e de fácil entendimento para o público geral.
Atualmente, a pirâmide é amplamente utilizada por médicos e nutricionistas, especialmente durante a reeducação alimentar, apoiando a população no entendimento das categorias e como utilizá-las no dia a dia.
Entendendo e utilizando a pirâmide alimentar
Na pirâmide alimentar, os alimentos se dividem em seis grupos básicos, da base ao topo. Sua divisão se dá pelo nível de necessidade. Veja:
Grupo 1: Carboidratos complexos
Essa é a base da pirâmide. São alimentos responsáveis pelo fornecimento de energia, ricos em carboidrato. Alguns exemplos são:
- Pães;
- Cereais, como trigo, arroz, milho, cevada, aveia, centeio;
- Tubérculos e raízes, por exemplo: batata, batata-doce, mandioca, mandioquinha, cenoura, beterraba, inhame.
Quantidade para consumir ao dia: de 6 a 11 porções.
Grupo 2: Vegetais e frutas
Junto ao grupo 1, representam os alimentos reguladores, responsáveis por fornecer todas as vitaminas e minerais que nosso corpo precisa, além de também serem ricos em fibras. Alguns exemplos são:
- Vegetais: brócolis, couve-flor, tomate, vagem, abobrinha, berinjela, abóbora, chuchu, pimentão;
- Frutas: banana, maçã, mamão, laranja, abacaxi, melão, melancia, acerola, abacate.
Quantidade para consumir ao dia: de 3 a 5 porções de vegetais e de 2 a 4 porções de frutas.
Grupo 3: Laticínios e derivados
São a fonte de cálcio principal da pirâmide alimentar. Exemplos:
- Leite;
- Diversos tipos de queijos, curados e frescos;
- Iogurte;
- Requeijão.
Quantidade para consumir ao dia: de 2 a 3 porções.
Grupo 4: Carnes e ovos leguminosas e castanhas
Tem como principal nutriente a proteína, fundamental para reparar e construir nossos tecidos. Alguns exemplos são:
- Carne vermelha (bovina);
- Carne branca (frango, peixes);
- Ovos de galinha.
Quantidade para consumir ao dia: de 2 a 3 porções.
Grupo 5: Leguminosas e oleaginosas
Também são ricas em proteínas e gorduras boas.
- Leguminosas, como todos os tipos de feijão, lentilha, grão de bico e soja;
- Castanhas: nozes, pistache, castanha-do-pará e castanha-de-caju.
Grupo 6: Açúcares e gorduras
É o topo da pirâmide, o que significa que o seu consumo deve ser mais restritivo e moderado. Sua alta ingestão pode levar à obesidade e outras doenças. São exemplos:
- Doces em geral: açúcar, chocolate, sorvete, bolo, refrigerantes;
- Frituras.
Não existe indicação do número de porções para este grupo, mas a recomendação de consumo moderado.
Como contar as porções dos alimentos da pirâmide alimentar
A porção de cada alimento varia de acordo com a quantidade de calorias. Esses valores equivalem a uma ingestão média de alimento. Veja o que equivale a uma porção:
Pães, cereais e massas
- 1 fatia de pão de forma ou francês; 1 xícara de cereal ou massa cozidos;
- 1 pedaço grande de vegetal C;
Vegetais
- 1 xícara de vegetais folhosos crus; 1 xícara dos demais vegetais cozidos ou crus e picados.
Frutas
- 1 fruta ou fatia média; 1 xícara de fruta picada ou cozida; 1 de xícara de suco de frutas.
Leite e derivados
- 1 xícara de leite ou iogurte, ou 2 fatias de queijo.
Carnes, leguminosas, ovos e oleaginosas
- 2 a 3 colheres de carne moída; 1 fatia pequena de carne; 1 coxa de frango; 1 filé de peixe pequeno; 1/3 xícara de feijão; 1 ovo; 1/3 xícara de nozes ou castanhas.
Adaptações da pirâmide alimentar para diferentes faixas etárias
Originalmente, a pirâmide foi pensada para pessoas adultas, de 20 a 70 anos, mas a sua versão foi adaptada para diferentes faixas etárias. Ainda que a divisão seja a mesma para todas as idades, existem adaptações no número de porções e necessidades energéticas e nutricionais para cada grupo. Veja:
Crianças (2 a 10 anos)
Nesse caso, a base da pirâmide é mais larga, pois a infância corresponde a um período de maior necessidade energética para o desenvolvimento. Ferro e proteínas merecem atenção especial, para evitar os surgimento de deficiências nutricionais, como a anemia.
As recomendações para crianças segundo Ministérios da Saúde são:
- Cereais, massas e vegetais C: 6 porções;
- Frutas: 2 porções;
- Verduras: 3 porções;
- Leite e derivados: 2 porções;
- Carnes, ovos, leguminosas e oleaginosas: 2 porções;
- Açúcares e gorduras: consumo restrito.
Adolescentes (10 a 19 anos de idade)
Nesse período também ocorre a fase do desenvolvimento em processo acelerado, por isso as necessidades nutricionais e energéticas aumentam. O foco deve ser principalmente em nutrientes construtores, como a proteína e o cálcio. As recomendações são:
- Cereais, massas e vegetais C: 6 a 11 porções;
- Frutas e verduras: 4 a 5 porções;
- Leite e derivados: 3 a 4 porções;
- Carnes, ovos, feijões e nozes: 2 a 3 porções;
- Açúcares e gorduras: consumo moderado.
Idosos (maiores de 70 anos)
No caso dos idosos, a base da pirâmide é mais estreita, já que o consumo energético é reduzido. O que chama atenção é a necessidade de algumas suplementação de vitaminas e minerais, que deve ser analisada por profissionais da saúde.
Além disso, o consumo de leite e derivados, ricos em cálcio, deve ser aumentado para potencializar a saúde dos ossos. O consumo de frutas e vegetais segue importante para ajudar na reposição de vitaminas e minerais, além de fibras, que são fundamentais para o funcionamento do intestino e controle de colesterol e diabetes. As recomendações são:
- Cereais, massas e vegetais C: 6 porções;
- Frutas: 2 porções;
- Verduras: 3 porções;
- Leite e derivados: 3 porções;
- Carnes, ovos, feijões e nozes: 2 porções;
- Açúcares e gorduras: moderação.
Há adaptações da pirâmide também para veganos, vegetarianos e pessoas com intolerância ao glúten ou lactose, por exemplo.
É importante ressaltar que a pirâmide alimentar é uma referência para a construção de uma dieta focada em alimentação equilibrada e saudável. A melhor maneira de entender se esses alimentos específicos e porções são ideais para as suas necessidades é contando com o acompanhamento de um profissional.
Perguntas frequentes
O que é a pirâmide alimentar?
A pirâmide alimentar é um modelo representativo dos alimentos e nutrientes necessários para um bom funcionamento do corpo, sendo muito utilizado para orientar na construção de dietas.
Referências
Pesquisa mostra que 80% dos brasileiros buscam alimentação saudável. Agência Brasil, 2018.
Alimentação saudável. Ministério da Saúde, 2023.
Mais Saúde: Pirâmide dos Alimentos. Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo (CEPEUSP), 2021.
Guia Alimentar para a População Brasileira. Ministério da Saúde, 2014.
Pirâmide Alimentar - equilíbrio alimentar. Museu Escola IBB Unesp, 2011.
O QbemQfaz é um portal de conteúdos sobre saúde, nutrição, bem-estar e alimentação saudável da Nestlé. Os conteúdos desse site têm caráter informativo e não substituem o aconselhamento e acompanhamento médico, nutricional e de outros profissionais de saúde.