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Ritual de autocuidado

Ritual de autocuidado

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A pandemia acentuou ainda mais a importância do autocuidado para a saúde mental e física. Ter um ritual de bem-estar é uma ótima ferramenta neste cenário, veja como ajudar seus pacientes e os benefícios que esta dedicação regular pode trazer.

Ferramenta para saúde física, mental e social

O ritual de autocuidado entra como uma ferramenta importante para trazer equilíbrio e contribuir para a saúde. O conceito de saúde foi definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”.1

“Durante a pandemia, a sobrecarga de trabalho e emocional foi uma constante na vida da população, o que levou a quadros de esgotamento, tanto físico quanto mental, além de ansiedade e depressão.” explica a nutricionista Renata Dessordi.

Na pandemia de COVID-19 e isolamento social, a saúde das pessoas foi impactada, principalmente em relação à saúde mental, com níveis elevados de sofrimento psicológico de até 38%. Sintomas de ansiedade foram notados em até 50,9%, depressão em até 48% e estresse em até 82% em países como China, Espanha, Estados Unidos, Dinamarca, Itália, Irã e Nepal.2

Os brasileiros relataram algumas mudanças no estado de humor durante a pandemia:

  • 40,4% se sentiram tristes ou deprimidos com maior frequência; 3
  • 52,6% mais nervosos ou ansiosos;3
  • 68,0% apresentaram sintomas de depressão; 4
  • 81,9% apresentaram quadro de ansiedade.4.

Mais do que nunca, é um momento para se investir em atividades que possam trazer benefícios para nossa saúde. Estimular o paciente a ter seu próprio ritual de bem-estar é mais que necessário.

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Guia para criar um ritual de autocuidado

Um ritual de autocuidado pode incluir alimentação equilibrada, rotina de sono adequada, prática de exercício físico regular e um momento de relaxamento.

“Contato com a natureza, terapias manuais, atividades de lazer, sono regular e menos tempo em frente às telas estão no rol de possibilidades para manter o equilíbrio, tão difícil e necessário. “ pontua Dessordi.

Abaixo, pontos importantes para o bem-estar, considerando o ciclo circadiano, sono, atividade física regular e o papel da nutrição nestes processos.

Ciclo circadiano

O ciclo circadiano é uma junção de processos biológicos endógenos que ocorrem durante o dia e impactam no metabolismo.5O relógio biológico envolve a configuração de proteínas e sinais intracelulares, que podem ser afetados por:

  • estímulos externos como a iluminação/luz;
  • alteração no sono;
  • ingestão alimentar;
  • prática de atividade física;
  • aumento do estresse;
  • gerenciamento das células musculares, hepáticas, imunes, digestivas e cardiovasculares. 5 - 10

Crononutrição

O ajuste entre a ingestão alimentar e o relógio circadiano, onde o horário das refeições pode afetar o metabolismo, é chamado de crononutrição. 11 O ciclo diário de alimentação e jejum é regulado por meio da luz. 7

Mudanças no ciclo circadiano podem afetar a saúde mental por meio do relógio mestre ao enviar sinais através do hipotálamo ao sistema nervoso central. Um dos aspectos pode ser observado por meio da alterações de neurotransmissores como a serotonina devido a estímulos na glândula pineal, em menor atividade devido a estímulos de luz que transmitem sinal de horário do dia (relógio diurno) no ciclo circadiano. 12

Alimentação equilibrada e saudável

Alguns componentes da dieta, como: lipídeos, carotenoides, compostos fenólicos, vitaminas, peptídeos, aminoácidos e proteínas, contribuem positivamente na promoção de efeitos benéficos na saúde cognitiva de adultos mais velhos.13

“A alimentação também vem como um forte pilar para melhorar o autocuidado, tentando fazer boas escolhas, pautadas em uma alimentação mais natural.” ilustra Renata.

  • Alimentos fermentados: seu consumo regular pode auxiliar na promoção do bem-estar e saúde mental, pois estimula síntese de componentes neuro ativos, como: ácido gama-aminobutírico (GABA), serotonina, melatonina, quinurenina, ácido quinurinico, dopamina, noraepinefrina, histamina, triptamina, tiramina e beta-fenilalanina. 14
  • Ácidos graxos ômega-3 (EPA e DHA): o consumo é essencial para a saúde e manutenção das células do sistema nervoso, promovendo a manutenção e funcionamento adequado do cérebro e saúde mental. Seu consumo regular está associado com melhor desempenho cognitivo, como a velocidade de processamento. 13
  • Vegetais, como frutas, verduras, legumes, ervas e especiarias estimula a produção de compostos neuro ativos, descritos no quadro abaixo. Seguir as recomendações da OMS no consumo mínimo de frutas, legumes e hortaliças igual a 400 gramas por dia, equivalente a cinco porções diárias. 15
Quadro 1 - Compostos neuro ativos encontrados em vegetais 14
Ácido quinurênico páprica, maçã, tomate, cenoura, cebola, alho, couve-flor, batata e brócolis
Catecolaminas banana e cacau/chocolate
Dopamina banana, laranja e chocolate
Melatonina nozes, castanhas, oleaginosas, cereais e sementes
Serotonina tomate, banana, espinafre, morango, castanha de caju, amendoim, chocolate e chá-verde

Prática regular de exercício físico

A prática de exercício físico regular promove benefícios como: redução do risco de mortalidade por todas as causas, redução do risco de diabete tipo 2, risco de quedas, melhora da saúde mental (redução dos sintomas de ansiedade e depressão), melhora da saúde cognitiva, melhora da qualidade do sono, promoção da saúde óssea e funcional, gerenciamento do estresse. 16-19

A recomendação de atividade física da OMS é realizar 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica de intensidade moderada ou 75 a 150 minutos de atividade física aeróbica de intensidade vigorosa por semana. 20

O yoga é uma atividade física que tem sido cada vez mais buscada para prática regular de um exercício e gerenciamento do estresse. A prática traz benefícios, como: equilíbrio, flexibilidade corporal, força de membros inferiores, menor risco de depressão / sintomas depressivos, percepção de melhor qualidade na saúde mental e física e melhora na qualidade do sono. 21

Sono

Dormir bem é uma das práticas importantes na rotina para se ter uma boa saúde e bem-estar. 16, 18 O sono é um dos componentes da saúde importantes para o controle da cognição, das emoções, da saúde física e mental. 22

De 7 a 9 horas de sono é adequado para uma boa saúde em adultos. 22 No geral, um sono menor que 6 horas e maior do que 10 horas podem comprometer a saúde cognitiva do adulto. 23

A qualidade do sono está associada à idade, duração do sono e a ausência de transtornos de sono, podendo ir de 14 horas até 8 horas de sono de acordo com a faixa etária.22É possível melhorá-la com gerenciamento e higiene do sono. Veja como:

  1. Manter o horário todos os dias,
  2. Estar relaxado antes de dormir,
  3. Escolher um local e cama confortável,
  4. Minimizar possíveis interrupções de luz e som,
  5. Desconectar-se de dispositivos eletrônicos como telefones celulares e laptops por meia hora ou mais antes de dormir,
  6. Evitar a ingestão de cafeína e álcool antes de dormir. 24

SAIBA MAIS: Rotina alimentar e de sono, entenda a importância

Ter um ritual de autocuidado pode contribuir na aderência da alimentação equilibrada e constância da prática de atividade física. Também pode auxiliar na regulação do ciclo circadiano e trazer maior qualidade do sono, essenciais para qualidade de vida e saúde.

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Referências:

  1. [1]WORLD HEALTH ORGANIZATION et al. World health organization constitution. Basic documents, v. 1, p. 22, 1948.
  2. [2]XIONG, Jiaqi et al. Impact of COVID-19 pandemic on mental health in the general population: A systematic review. Journal of affective disorders, v. 277, p. 55-64, 2020.
  3. [3]BARROS, Marilisa Berti de Azevedo et al. Relato de tristeza/depressão, nervosismo/ansiedade e problemas de sono na população adulta brasileira durante a pandemia de COVID-19. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 29, p. e2020427, 2020.
  4. [4] GOULARTE, Jeferson Ferraz et al. COVID-19 and mental health in Brazil: Psychiatric symptoms in the general population. Journal of psychiatric research, v. 132, p. 32-37, 2021.
  5. [5]MATENCHUK, Brittany A.; MANDHANE, Piush J.; KOZYRSKYJ, Anita L. Sleep, circadian rhythm, and gut microbiota. Sleep medicine reviews, v. 53, p. 101340, 2020.
  6. [6]MOHD AZMI, Nor Amira Syahira et al. Cortisol on circadian rhythm and its effect on cardiovascular system. International journal of environmental research and public health, v. 18, n. 2, p. 676, 2021.
  7. [7] CHALLET, Etienne. The circadian regulation of food intake. Nature Reviews Endocrinology, v. 15, n. 7, p. 393-405, 2019.
  8. [8]TÄHKÄMÖ, Leena; PARTONEN, Timo; PESONEN, Anu-Katriina. Systematic review of light exposure impact on human circadian rhythm. Chronobiology international, v. 36, n. 2, p. 151-170, 2019.
  9. [9]POGGIOGALLE, Eleonora; JAMSHED, Humaira; PETERSON, Courtney M. Circadian regulation of glucose, lipid, and energy metabolism in humans. Metabolism, v. 84, p. 11-27, 2018.
  10. [10] SHIMBA, Akihiro; IKUTA, Koichi. Glucocorticoids regulate circadian rhythm of innate and adaptive immunity. Frontiers in Immunology, p. 2143, 2020.
  11. [11] ADAFER, Réda et al. Food timing, circadian rhythm and chrononutrition: a systematic review of time-restricted eating’s effects on human health. Nutrients, v. 12, n. 12, p. 3770, 2020.
  12. [12]WALKER, William H. et al. Circadian rhythm disruption and mental health. Translational psychiatry, v. 10, n. 1, p. 1-13, 2020.
  13. [13]OZAWA, Hitoshi; MIYAZAWA, Taiki; MIYAZAWA, Teruo. Effects of dietary food components on cognitive functions in older adults. Nutrients, v. 13, n. 8, p. 2804, 2021.
  14. [14]YILMAZ, Cemile; GÖKMEN, Vural. Neuroactive compounds in foods: Occurrence, mechanism and potential health effects. Food Research International, v. 128, p. 108744, 2020.
  15. [15]WORLD HEALTH ORGANIZATION. Diet, nutrition, and the prevention of chronic diseases: report of a joint WHO/FAO expert consultation. World Health Organization, 2003.
  16. [16]TELLO, M. Long-lasting healthy changes: Doable and worthwhile. Disponível em: https://www.health.harvard.edu/blog/long-lasting-healthy-changes-doable-and-worthwhile-202109142594 . Acesso em: 19 set. 2022.
  17. [17]THOMAS, J. et al. Effects of combining physical activity with psychotherapy on mental health and well-being: A systematic review. Journal of Affective Disorders, v. 265, n. October 2019, p. 475–485, 2020
  18. [18] TELLO, M. Lifestyle medicine for all: Healthy food comes first. Disponível em: https://www.health.harvard.edu/blog/lifestyle-medicine-for-all-healthy-food-comes-first-2020092421009. Acesso em: 19 set. 2022.
  19. [19]BAILEY, A. P. et al. Treating depression with physical activity in adolescents and young adults: A systematic review and meta-analysis of randomised controlled trials. Psychological Medicine, v. 48, n. 7, p. 1068–1083, 2018.
  20. [20]BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Promoção da Saúde. Guia de Atividade Física para a População Brasileira [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde, Departamento de Promoção da Saúde. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_atividade_fisica_populacao_brasileira.pdf . Acesso em: 19 set. 2022.
  21. [21]SIVARAMAKRISHNAN, Divya et al. The effects of yoga compared to active and inactive controls on physical function and health related quality of life in older adults-systematic review and meta-analysis of randomised controlled trials. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, v. 16, n. 1, p. 1-22, 2019.
  22. [22]CHAPUT, J. P.; DUTIL, C.; SAMPASA-KANYINGA, H. Sleeping hours: What is the ideal number and how does age impact this? Nature and Science of Sleep, v. 10, p. 421–430, 2018.
  23. [23]WILD, Conor J. et al. Dissociable effects of self-reported daily sleep duration on high-level cognitive abilities. Sleep, v. 41, n. 12, p. zsy182, 2018.
  24. [24]SUNI, Eric. How much sleep do we really need. Sleep Foundation, 2021.

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