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Doença celíaca

Doença celíaca: atualizações científicas

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Doença celíaca: atualizações científicas

 

A doença celíaca (DC) é uma condição autoimune inflamatória que acomete indivíduos geneticamente suscetíveis. Ela afeta a maior parte do intestino delgado, após a ingestão de alimentos que contém glúten. 1,2

A conexão entre glúten e a doença foi revelada nos anos 50, mas os fatores que atuam como gatilhos para perda da tolerância imune ao glúten, em indivíduos predispostos, ainda não são bem estabeleA doença celíaca (DC) é uma condição autoimune inflamatória que acomete indivíduos geneticamente suscetíveis. Ela afeta a maior parte do intestino delgado, após a ingestão de alimentos que contém glúten. 1,2

A conexão entre glúten e a doença foi revelada nos anos 50, mas os fatores que atuam como gatilhos para perda da tolerância imune ao glúten, em indivíduos predispostos, ainda não são bem estabelecidos. 3 Contudo, a identificação da transglutaminase tecidual como autoantígeno confirma sua natureza autoimune, sendo um marco na história da doença. 1

O fundo genético (positividade HLA-DQ2/DQ8 e genes não-HLA) é um determinante obrigatório para o desenvolvimento da doença. Este ocorre com a contribuição de fatores ambientais, como disbiose da microbiota intestinal e infecções virais. 1

A doença celíaca foi frequentemente notada como uma condição pediátrica, com pico de incidência em menores de dois anos. Entretanto, dados mais recentes mostram que a maioria dos casos se manifestaria na idade pré-escolar, aos cinco. Porém, pessoas de qualquer idade, predominantemente mulheres, podem apresentar a patologia com uma variedade de sintomas e manifestações. 1,3

Diagnóstico da doença celíaca

 

Quadro 1 - Raio-X da Doença Celíaca

Prevalência 1%
Sintomas
  • Diarreia
  • Anorexia
  • Desnutrição
  • Distensão abdominal
  • Perda de peso
Apresentação clínica
  • Multifacetada/leva a vários fenótipos:
    • gastrointestinal
    • extraintestinal
    • subclínica, potencial
    • seronegativo
    • não responsivo
    • refratário
Diagnóstico
  • Exames laboratoriais:
    • testes sorológicos anticorpos específicos
    • biópsia intestinal (padrão ouro) ¹
Tratamento
  • Exclusão do glúten da dieta por toda a vida
  • Tratamento nutricional para corrigir:
    • desnutrição em diferentes graus
    • anorexia
    • desidratação
    • deficiência de vitaminas e minerais

Diagnóstico da doença celíaca

 

A biópsia ainda é o padrão ouro para diagnosticar a doença celíaca. A Sociedade Europeia de Gastroenterologia Pediátrica, Hepatologia e Nutrição (ESPGHAN) publicou em 2012 uma via sem biópsia (VSB) para crianças sintomáticas com transglutaminase de tecido IgA (TGA-IgA) ≥10x limite superior do normal (LSN). A confirmação da biópsia permanece obrigatória para outros casos. 5

Pacientes que apresentam quadro clínico de doença celíaca com sorologia negativa e níveis normais de IgA, principalmente aqueles que possuem familiares com doença celíaca, devem ser submetidos à biópsia duodenal para pesquisa de achados histológicos. 6

Tratamento nutricional para portadores da doença celíaca

 

O único tratamento para a doença celíaca é uma dieta sem glúten. Isto leva à melhoria da qualidade de vida, amenizando sintomas e prevenindo a ocorrência de doença celíaca refratária, jejunoileíte ulcerativa e, até mesmo, pequenos adenocarcinomas intestinais e linfoma. 1

O papel do nutricionista clínico na orientação quanto aos alimentos que contém e não contém glúten é importante. Contudo, além disso, o tratamento nutricional para portadores da doença celíaca é essencial para corrigir possíveis deficiências nutricionais, desnutrição e desidratação decorrentes. 4

Microbiota e doença celíaca

 

A microbiota intestinal de portadores da doença celíaca é diferente. Os níveis de algumas bactérias benéficas, como bifidobactérias e lactobacilos , são reduzidos. 7

Além disso, os probióticos específicos digerem ou alteram polipeptídeos de glúten. Assim, por serem ricos em bactérias, alimentos probióticos, podem beneficiar a saúde dos portadores da doença celíaca. Sendo assim, é mais um cuidado nutricional para manter a qualidade de vida e saúde deste paciente. 7


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Referências:

  1. CAIO, Giacomo et al. Celiac disease: a comprehensive current review. BMC medicine, v. 17, n. 1, p. 1-20, 2019. Disponível em: Celiac disease: a comprehensive current review - BMC Medicine
  2. DE OLIVEIRA, Karla Aurianne Sales et al. A importância da avaliação do estado nutricional em pacientes portadores de doença celíaca. Research, Society and Development, v. 11, n. 5, p. e51911528749-e51911528749, 2022. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/28749/24810
  3. VALITUTTI, Francesco; CUCCHIARA, Salvatore; FASANO, Alessio. Celiac disease and the microbiome. Nutrients, v. 11, n. 10, p. 2403, 2019.
  4. NASCIMENTO, K. de O.; TAKEITI, Cristina Yoshie; BARBOSA, Maria Ivone Martins Jacintho. Doença celíaca: sintomas, diagnóstico e tratamento nutricional. Embrapa Agroindústria de Alimentos-Artigo em periódico indexado (ALICE), 2012.
  5. LAU, Wing-Yu Siobhan; HEATON, Paul Anthony; PAUL, Siba Prosad. Uma melhor adesão às diretrizes da ESPGHAN é necessária para o diagnóstico da doença celíaca em crianças: uma experiência de um único centro. Arquivos de Gastroenterologia, v. 58, p. 164-167, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ag/a/HShTnNYDsCWzFzV3RzPWY4z/abstract/?lang=pt
  6. KOTZE, Lorete et al. Doença celíaca soronegativa em pacientes brasileiros: uma série de casos. Arquivos de Gastroenterologia, v. 58, p. 214-216, 2021.Disponível em: https://www.scielo.br/j/ag/a/fDGHNyvYVB38SCYm3tTfWHy/abstract/?lang=pt
  7. JEDWAB, Camila Fernanda et al. O papel dos probióticos na resposta imunológica e na microbiota fecal de crianças com doença celíaca: uma revisão sistemática.Revista Paulista de Pediatria, v. 40, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rpp/a/cPFZrdv7V3bPXFZY34H9KVG/abstract/?lang=pt

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