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2200 dias

A importância dos primeiros 2200 dias de vida

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Mais do que mil dias, os primeiros 2200 dias de vida da criança são relevantes para a saúde deste indivíduo. O período, que corresponde da pré-concepção até os 5 anos, é uma janela de oportunidade para a programação metabólica, desenvolvimento da criança e equilíbrio do organismo durante a infância e fase adulta. Entenda tudo a respeito!

O que compreende os 2200 dias?

Período corresponde ao período da pré concepção até a criança completar 5 anos.

Os primeiros 1000 dias = gestação até 2 anos

Os primeiros mil dias compreendem os 270 dias de gestação somados aos 730 dias, que correspondem ao momento em que a criança faz 2 anos. São uma janela de oportunidade fundamental para determinar a saúde do indivíduo ao longo de toda a sua vida1.

Os 2.200 dias englobam desde a fase pré-concepcional até o final do quinto ano de vida, sendo:

  • 100 dias de pré-concepção + 270 dias de gestação + 1.830 dias do primeiro ao quinto ano de vida

O período corresponde a fase pré-escolar, crucial para o desenvolvimento cognitivo, ou seja, importante para aquisição de inúmeras habilidades2.

Formação da microbiota e seu papel na prevenção de doenças

Um dos fatores relevantes para os primeiros 2200 dias é o desenvolvimento da microbiota intestinal. A colonização bacteriana equilibrada e diversa tem papel vital no desenvolvimento da criança e seu sistema imunológico2.

A menor ocorrência de alergias, problemas do sistema imunológico e doenças metabólicas na vida adulta está associada à um microbioma rico e diverso2>.

Até os 2 anos a formação da microbiota intestinal acontece de forma mais intensa, porém a colonização se estende até, ao menos 5 anos, por isso, deve-se considerar os primeiros 2200 dias2>.

Uma microbiota intestinal equilibrada está associada com menos metabólitos neuro inflamatórios, e consequentemente, uma memória aprimorada2.

Alimentação e microbiota

A composição inicial da microbiota do lactente é determinada por diversos fatores:

  • genética do bebê
  • estado nutricional
  • tipo de parto
  • contaminação do meio ambiente
  • higiene
  • tipo de alimentação

O principal fator na formação da microbiota é a alimentação, pois oferece substratos para as bactérias probióticas ou patogênicas, alterando o padrão de colonização3.

Nos primeiros mil dias, a amamentação fornece HMOs - oligossacarídeos do leite humano, que são compostos bioativos prebióticos; probióticos, como lactobacilos e bifidobactérias. A lactose também traz um efeito bifidogênico, contribuindo para microbiota1,3.

Nos próximos anos de vida, especialmente até completar 2200 dias, a alimentação equilibrada é determinante na colonização e perfil da microbiota. Também influencia na resposta imune e tolerância oral, contribuindo também para o bom desenvolvimento cognitivo na fase escolar 1,3.

Juliana Cíceri, nutricionista clínica e materno-infantil, comenta sobre os primeiros 2200 dias: “É um período de extrema importância, pois até os 2 anos quem conduz 80% da alimentação é a família. Após este período a criança adquiri autonomia para fazer escolhas e é nesse momento que as famílias se perdem. Por este motivo, nos primeiros cinco anos, o acompanhamento nutricional é de extrema importância.”

Eixo microbiota-intestino-cérebro

A microbiota intestinal forma possui papel importante e bem estabelecidos na literatura científica, destacando sua proteção antibacteriana, modulação do sistema imunológico, metabólitos nutricionais3.

Pesquisas sobre as causas de diversas patologias têm levado vários cientistas a relacionar diversos outros sistemas ao cérebro do paciente, associando alterações na microbiota intestinal, sugerindo que o eixo cérebro-intestino seja peça importante no ‘quebra-cabeças’ para a saúde integral4.

O mecanismo do eixo microbiota-intestino-cérebro. inclui: vias neuro imunes, comunicação neural através do nervo vago, efeito dos metabolitos e dos neurotransmissores derivados da microbiota e a influência desta sobre o metabolismo do triptofano, da quinurenina e da serotonina4.

A disbiose, desequilíbrio no microbioma intestinal, pode promover a ativação de células imunológicas, gerando inflamação. que podem perturbar ainda mais a microflora, prejudicando a função da barreira intestinal. A comunicação neural também pode ocorrer através da liberação de neurotransmissores pelas células endócrinas do intestino e pelas células imunológicas4.

O quadro de disbiose intestinal também interfere no eixo hipotálamo-pituitária-adrenal – via responsável pela homeostase de cortisol e catecolaminas que, em desequilíbrio, desencadeia diversas reações adversas à saúde, como ansiedade, irritabilidade e mau-humor5. Os primeiros 2200 dias de vida são essenciais para o desenvolvimento do sistema nervoso central e equilíbrio orgânicos.

As estratégias nutricionais voltadas para a melhora da composição da microbiota intestinal, incluindo o incentivo à amamentação exclusiva até os 6 meses de idade e complementada até os dois anos de idade ou mais, introdução de alimentos complementares adequados a partir do 6/ mês de vida e inclusão de prebióticos e probióticos à dieta podem se tornar ferramentas potencialmente valiosas, ajudando tanto na saúde da criança, e posteriormente, no adulto3. Também atuam no equilíbrio do sistema nervoso central, contribuindo com o desenvolvimento da cognição5.

“A alimentação deve ser rica em fibras, ampla em variedade de alimentos. Deve-se estimular a criança a ajudar nas preparações das refeições e lanches, verificar qualidade e quantidade de leite e incentivar a criança a praticar atividade física, além da suplementação, se necessário.” complementa a nutricionista quando questionada a respeito de algumas condutas importantes para um bom crescimento e desenvolvimento das crianças.

Assista o Manifesto 2200 dias de Pediatria Nestlé

Nestlé Nutrition

Referências:

  1. [1]ZUURVELD, Marit et al. Immunomodulation by human milk oligosaccharides: the potential role in prevention of allergic diseases. Frontiers in Immunology, v. 11, p. 801, 2020.
  2. [2]JANG, S. E. et al. Gastrointestinal inflammation by gut microbiota disturbance induces memory impairment in mice. Mucosal immunology, v. 11, n. 2, p. 369-379, 2018.
  3. [3] DE ALMEIDA, Juliane Monteiro; DE MELO NADER, Roberta Ghetti; MALLET, Aline Cristina Teixeira. Microbiota intestinal nos primeiros mil dias de vida e sua relação com a disbiose. Research, Society and Development, v. 10, n. 2, p. e35910212687-e35910212687, 2021.
  4. [4] DA COSTA, Diana Patrícia Pereira. Microbiota intestinal e disbiose em idade pediátrica: o que esperar no plano fisiológico? 2019.
  5. [5] WILEY, N. C. et al. The microbiota-gut-brain axis as a key regulator of neural function and the stress response: Implications for human and animal health. Journal of animal science, v. 95, n. 7, p. 3225-3246, 2017.

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