Entenda o que é a alergia alimentar, quais são os alimentos alérgenos mais comuns e conheça algumas alternativas para substituí-los.
Imagine o seguinte cenário: você está na praia, curtindo o sol e as ondas. Está chegando a hora do almoço e, para matar a fome, decide pedir uma porção crocante e deliciosa de camarões. Depois de muito esperar, o petisco chega e você vai todo feliz experimentar, mas quando coloca o alimento na boca e aprecia os primeiros pedaços, de repente, começa a sentir uma leve coceira na língua e uma sensação de inchaço nos lábios. Pois é, se você já passou por isso – ou conhece alguém que já passou –, é provável que se trate de um tipo de alergia alimentar!
Mas as respostas adversas não se restringem apenas aos frutos do mar – outros alimentos também podem provocar reações alérgicas! Leite de vaca, ovos, soja, amendoim, castanha e trigo são responsáveis por boa parte dos casos de alergia. Se você deseja entender qual é a causa das alergias alimentares, quais são os sintomas e o que fazer quando aparecerem, então fique conosco até o final deste artigo!
Alergia alimentar: o que é e quais são as causas
A alergia alimentar se caracteriza por reações adversas provocadas por determinadas substâncias presentes em alimentos. Por exemplo: no caso do consumo de amendoim, o sistema imunológico interpreta as proteínas do nut como algo perigoso e, para proteger o organismo do “invasor”, libera na corrente sanguínea componentes químicos que provocam sintomas desagradáveis. Esses sintomas podem ser leves – como um inchaço ou coceira – ou mais severos, podendo levar a complicações em vários órgãos.
Prevalência de alergia alimentar em adultos e crianças
Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), a alergia a alimentos é mais comum na infância e alguns casos de intolerância costumam diminuir após a adolescência. Estima-se que entre 6% e 8% das crianças com menos de 3 anos sejam acometidas de algum tipo de alergia alimentar. Quanto aos adultos, essa estimativa é menor: cerca de 3%.
Fatores de risco para alergia alimentar
Ainda não há consenso científico sobre o porquê de alguns alimentos provocarem reações alérgicas, mas existem alguns fatores que podem aumentar as chances de surgir do problema:
- Histórico familiar: quando familiares próximos têm alguma alergia alimentar ou são portadores de outras doenças alérgicas – como asma, urticária e eczema – as chances de desenvolver reações alérgicas a alimentos são maiores;
- Idade: como vimos, a prevalência de alergia em crianças e bebês é maior do que em adultos. Contudo, na adolescência, a tendência é que o corpo aumente sua capacidade digestiva e se torne mais propenso a absorver substâncias que antes provocavam alergia. Entretanto, é possível que a intolerância retorne ao envelhecer.
Alergia alimentar: sintomas
Mesmo quando consumidos em pequenas quantidades, os alimentos alérgenos podem provocar reações adversas em indivíduos sensíveis. Os sintomas podem variar entre leves e severos, de acordo com a resposta imunológica de cada um.
Sintomas leves
- Espirros;
- Nariz entupido;
- Coceira;
- Olhos lacrimejantes;
- Diarreia e dores de estômago.
Sintomas graves
- Dificuldade para respirar;
- Manchas e bolhas vermelhas na pele, geralmente com pus;
- Dor abdominal, náuseas e vômito;
- Tontura e sensação de confusão mental;
- Suor excessivo;
- Anafilaxia (entenda mais abaixo).
O que é anafilaxia?
A anafilaxia é a forma mais grave de hipersensibilidade a determinadas comidas. Ela ocorre quando o alimento provoca a liberação de uma série de substâncias químicas que induzem a uma resposta sistêmica do sistema imunológico – como se fosse a reunião da maior parte dos sintomas graves de uma só vez. Os sinais podem ocorrer segundos após o consumo, ou até uma hora depois.
O que fazer em caso de consumo acidental de alimentos alérgenos?
Retirar da dieta os alimentos que provocam alergia nem sempre é uma tarefa fácil, ainda mais quando alguns estão presentes em inúmeras preparações. Quando ocorre o consumo acidental, em caso de alergias leves, um antialérgico (prescrito por um médico) pode ajudar a amenizar os sintomas. Contudo, quando o assunto são as alergias mais severas, o ideal é que os indivíduos carreguem braceletes ou cartões que ajudem a identificar a hipersensibilidade, para que a ajuda médica seja prestada o mais rápido possível. Em casos mais graves, o médico pode orientar o paciente a portar medicamentos específicos – como a adrenalina. Após crises alérgicas graves, a avaliação médica é indispensável mesmo com a medicação recomendada, pois há o risco de ocorrer uma reação tardia horas após o primeiro episódio.
É possível prevenir a alergia alimentar?
Infelizmente, não. No caso de alergia a determinados alimentos, o recomendado é retirá-los da dieta para evitar possíveis complicações. A boa notícia é que já existem no mercado alternativas seguras para os alimentos tradicionais que provocam alergias em pessoas sensíveis. No caso da alergia ao leite de vaca, é possível substituir o alimento por suas versões vegetais, consumindo bebidas de soja, amêndoa, aveia e castanha-de-caju.
Evitando os alimentos que provocam alergias ou substituindo-os por outros, é possível conviver com o problema e ter uma vida com muita qualidade. Por falar em bem-estar, se você quiser conhecer mais dicas para viver bem e melhor, não deixe de conhecer as demais publicações aqui no Que Bem que Faz!
Perguntas frequentes
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Qual é a diferença entre intolerância à lactose e alergia ao leite?
Enquanto a intolerância é provocada pela incapacidade de digerir o açúcar do leite (lactose), a alergia é provocada por uma resposta imunológica às proteínas do leite de vaca. Outro ponto interessante é que os alérgicos a leite não podem simplesmente consumir laticínios livres de lactose, pois a proteína continuaria provocando reações adversas. Nesses casos, o ideal é substituir o alimento por bebidas vegetais.
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Quais são os frutos do mar que mais provocam alergias?
Os crustáceos, como a lagosta, o camarão e o caranguejo, estão entre os frutos do mar que mais provocam reações alérgicas. Seguido deles estão os moluscos – por exemplo, vieiras, mexilhões, ostras e lulas.
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Quem tem alergia a determinado alimento poderá voltar a consumi-lo um dia?
A sensibilidade a alguns alimentos, como leite, ovos e soja, costuma ser resolvida até a adolescência. Já outros, como amendoim, camarão, nozes e peixes dificilmente deixam de provocar reações adversas – entretanto, essa não é uma regra. Para acompanhar o desenvolvimento ou remissão do problema, é indispensável contar com acompanhamento médico.
Fontes
https://www.nhs.uk/conditions/food-allergy/ https://asbai.org.br/alergia-alimentar/
https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/peanut-allergy/symptoms-causes/syc-20376175#:~:text=Peanut%20allergy%20occurs%20when%20your,Direct%20contact.
https://bvsms.saude.gov.br/choque-anafilatico/#:~:text=O%20que%20%C3%A9%3A,ou%20at%C3%A9%20uma%20hora%20depois.
https://www.thermofisher.com/allergy/br/pt/allergen-fact-sheets.html?allergen=shellfish
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