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Mulher com roupas de academia medindo com uma fita métrica sua circunferência abdominal, onde fica localizada a gordura visceral.

Gordura visceral: o que é, causas e tratamento

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Atualizado em  novembro 2023

A gordura visceral é um tipo de tecido adiposo que se acumula na cavidade abdominal , próximo aos órgãos do abdômen. Dentro do abdômen ficam alojados o estômago, os rins, o pâncreas, os intestinos grosso e delgado, o baço e o fígado. Para manter todos esses órgãos em seus devidos lugares, há um revestimento feito por uma camada protetora de gordura: a gordura visceral. Além de proteger e sustentar, esse tipo de adiposidade também é  responsável por fazer o isolamento térmico dos órgãos internos.

Apesar de existir naturalmente em volta dos órgãos, se adquirida em excesso, a gordura visceral pode provocar uma série de problemas de saúde, que vão muito além da saliente “barriguinha de chope”.

 

Quais são as causas da gordura visceral?

O acúmulo excessivo de gordura visceral pode ocorrer devido a maus hábitos alimentares e falta de exercícios físicos. Três fatores principais propiciam esse quadro:

Excesso de consumo de carboidratos

Os carboidratos, como você já deve ter visto em outros artigos, é utilizado como um “combustível” para o organismo. Como não podem ser acumulados dentro das células, o excesso, que não pode ser transformado em energia, é transformado em gordura, que se acumula em várias regiões, mas predominantemente no abdômen.

Importante ressaltar que o mesmo efeito pode acontecer se há excesso de consumo de gorduras e proteínas. Se a quantidade de calorias gastas no dia for menor do que a quantidade que for ingerida, haverá acúmulo de tecido adiposo. 

Síndromes metabólicas

São compostas por uma série de fatores que unidos levam ao aumento das chances de desenvolver problemas cardíacos, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e diabetes. Devido à união de alterações na glicose, problemas de colesterol e pressão alta, geralmente provocados pela obesidade, ocorre o acúmulo de gordura entre os órgãos. O contrário também é verdade: o acúmulo de gordura favorece a ocorrência de enfermidades como diabetes e hipertensão. 

Sedentarismo

É um estilo de vida no qual não se pratica nenhum tipo de atividade física. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o sedentarismo pode levar até 500 milhões de pessoas a desenvolverem doenças cardíacas, obesidade, diabetes e outros problemas, como a gordura visceral, até 2030. 

Gordura visceral: quais são os riscos?

A gordura visceral, em excesso, pode aumentar os riscos de desenvolver uma série de doenças e problemas de saúde, como:

Cirrose hepática

Muitas pessoas acreditam que somente aqueles que fazem consumo excessivo de bebidas alcoólicas estão sujeitos à cirrose. Apesar de o álcool ser um dos fatores determinantes para o desenvolvimento da doença, há outras variantes que não estão diretamente relacionadas à bebida, como a gordura visceral. Nesse caso, a doença é provocada pelo acúmulo da gordura entre os órgãos, que provoca uma inflamação no fígado e faz com que ele aumente de tamanho e adquira um aspecto amarelado.

Doenças cardiovasculares

Um dos riscos da gordura visceral mais conhecidos é o aumento da prevalência de doenças do coração, como AVC, hipertensão, aterosclerose e aumento da viscosidade do sangue. O aumento da concentração de gordura no abdômen favorece a proliferação de adipocinas, que produzem substâncias inflamatórias que se alojam nos vasos sanguíneos. As consequências disso são: espessamento das artérias, formação de placas de gordura dentro das veias e obstrução dos vasos.

Câncer

Segundo uma revisão de estudos publicada pela Università degli Studi di Bari Aldo Moro, desregulações metabólicas associadas à obesidade e ao acúmulo de gordura visceral desempenham um papel preponderante na biologia do câncer, afetando negativamente a proliferação as células e a resposta ao tratamento.

Apneia do Sono

A apneia do sono é um distúrbio que faz com que a respiração durante o sono tenha parada superficial ou completa por alguns segundos ou minutos. – estima-se que a interrupção da passagem do ar se prolonga por, ao menos, 10 segundos. Durante esses episódios, a oxigenação do cérebro fica reduzida e a qualidade do sono é prejudicada,.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) a obesidade e o excesso de gordura visceral são fatores de risco para o desenvolvimento da doença.

Gordura visceral: diagnóstico e tratamento

Diagnóstico

Os níveis de acúmulo de gordura visceral podem ser avaliados por meio de vários exames clínicos, como:

  • Bioimpedância;
  • Ultrassonografia;
  • Tomografia computadorizada;
  • Ressonância magnética;
  • Densitometria com medida da gordura.

Entretanto, o próprio paciente pode suspeitar do problema ao avaliar a circunferência abdominal –  a famosa “barriguinha de chope”. Também é possível utilizar a classificação de Índice de Massa Corporal (IMC). Segundo o Ministério da Saúde, esses são os parâmetros:

  • Abaixo do peso: menor que 18,5;
  • Peso ideal: entre 18,9 e 24,9;
  • Acima do peso: entre 25 e 29,9;
  • Obesidade: igual ou acima de 30.

Independentemente da taxa de IMC, é necessário procurar um médico para fazer check-ups periódicos, pois pessoas consideradas magras também podem sofrer com gordura visceral.

Tratamento

Reeducação alimentar

Como a gordura visceral é, principalmente, uma consequência de maus hábitos alimentares, vamos começar trabalhando o problema pela raíz. Para isso, é preciso modificar alguns costumes e inserir novos hábitos no dia a dia, visando melhorar a qualidade dos alimentos consumidos e observando as quantidades. Para obter um plano alimentar alinhado aos seus objetos e seguro nutricionalmente, não deixe de procurar a ajuda de um profissional da nutrição.

Incluir alguns alimentos na sua alimentação podem te ajudar a reduzir a gordura visceral e viver com mais qualidade de vida. Confira abaixo:

Alimentos ricos em antioxidantes

Como a gordura visceral provoca um processo inflamatório no organismo, os antioxidantes presentes em algumas frutas são ótimas alternativas para diminuir esse efeito, pois, além de combaterem os radicais livres, diminuem a inflamação no corpo, beneficiando o processo de emagrecimento.  Confira alguns exemplos de alimentos abaixo:

Alimentos fonte de fibras

Por serem processadas mais lentamente pelo organismo, as fibras ajudam a retardar o esvaziamento gástrico, prolongando a saciedade. Além disso, elas ajudam a melhorar o trânsito intestinal, evitando episódios de constipação e diarreia. Veja alguns alimentos:

Alimentos ricos em proteínas

Desde que inseridas em uma dieta com déficit calórico, ou seja, mais calorias são gastas do que ingeridas, as proteínas podem ser grandes aliadas no combate à gordura visceral, já que ajudam a saciar a fome com menor consumo calórico (em comparação a gordura). Conheça alguns alimentos:

Exercícios físicos

Como vimos, o sedentarismo é uma das principais causas do acúmulo de gordura visceral. Por isso, para tratar essa questão é preciso mandar a preguiça embora e colocar o corpo para se mexer!

Capriche nos cardios e musculação

Os exercícios físicos cardiovasculares, também chamados de cardios, são atividades aeróbicas, que aumentam a frequência cardíaca e respiratória durante sua prática, sendo ótimos aliados de quem está em busca de perder peso. Alguns exemplos de cardios são:

Além dos cardios, a musculação também pode ser uma grande aliada para a perda de gordura visceral, pois, além de fortalecer a musculatura, o levantamento de peso proporciona um gasto prolongado de energia após a finalização do exercício – foi o que constatou uma pesquisa publicada na revista International Journal of Exercise Science, que analisou os efeitos da musculação em mulheres adultas sedentárias.

Mude alguns pequenos hábitos no dia a dia

Além de incluir os exercícios na sua rotina diária e mudar a alimentação, alguns pequenos hábitos podem te ajudar a conquistar uma vida mais saudável, como:

  • Dar preferência às escadas em vez do elevador;
  • Caminhar a destinos próximos em vez de utilizar o carro;
  • Priorizar momentos de lazer ao ar livre para reduzir o estresse;
  • Beber mais água.

Adotando esses hábitos, você poderá diminuir a gordura visceral e ainda conquistar mais qualidade de vida para o seu dia a dia. Caso queira descobrir mais dicas para obter mais saúde física e mental, não deixe de conferir as demais publicações aqui no Que Bem que Faz!

 


Perguntas frequentes

Qual é a diferença entre gordura visceral e gordura subcutânea?

A primeira é um tipo de gordura que fica alojada entre os órgãos, mais especificamente no abdômen. Já a segunda é considerada uma gordura mole, pois fica localizada logo abaixo da pele, antes dos músculos.

Como eliminar a gordura visceral?

Esse tipo de tecido adiposo pode ser reduzido por meio da adoção de melhores hábitos alimentares e da prática de exercícios físicos. Para se assegurar de qual é a melhor estratégia para a sua saúde, não deixe de consultar a opinião de um médico ou nutricionista.

A gordura visceral é mais comum em homens ou mulheres?

Apesar de poder atingir ambos os públicos, a gordura visceral é mais comum em homens do que em mulheres. Em contrapartida, o público feminino está mais sujeito ao aparecimento de gordura subcutânea.

 

Referências

Visceral Fat: Why It’s Dangerous and How to Lose It. WebMD, 2021.

Gordura Visceral e Síndrome Metabólica: Mais Que Uma Simples Associação. UNIFESP–EPM, 2006.

Síndrome Metabólica: Do Ciclo Vicioso ao Ciclo Virtuoso. Sociedade Brasileira de Diabetes, 2021.

OMS: sedentarismo pode adoecer 500 milhões de pessoas até 2030. As Nações Unidas no Brasil, 2022.

Donohoe, C. L. et al. Visceral adiposity, insulin resistance and cancer risk | Diabetology & Metabolic Syndrome. BMC, 2011.

Crudele, L. et al. Visceral Adiposity and Cancer: Role in Pathogenesis and Prognosis. PubMED Central, 2019.

Índice de Massa Corporal (IMC). Biblioteca Virtual em Saúde, 2009.

Larsen, I. et al. High‐ and moderate‐intensity aerobic exercise and excess post‐exercise oxygen consumption in men with metabolic syndrome. Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports, 2013.

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